Em abril, o jornalista Andrew Zakk Williams da revista New Statesman entrevistou várias personalidades públicas perguntando por que eles acreditavam em Deus. Esse mês ele selecionou outras para dizer o contrário. Por que não acreditam?
No link da New Statesman tem vários, mas o mais famoso por nossas bandas é o Richard Dawkins. Ele tentou resumir todos os livros e textos que ele fez sobre o assunto e encaixou na resposta. Está até afiada demais para o meu gosto mas segue a tradução.
Richard Dawkins. Photograph: Getty Images.
Richard Dawkins
Biólogo evolucionista
Eu não acredito em duendes, lobisomens, Thor, Poseidon, Yahweh, Allah ou na Santíssima Trindade. Pela mesma razão, em todos os casos: não há o menor fragmento de evidência para qualquer um deles, e o ônus da prova recai sobre aqueles que desejam acreditar.
Mesmo sem nenhuma evidência para os deuses específicos, poderíamos fazer uso de algum "designer inteligente" não especificado ou "força motriz", ou progenitor de "algo melhor que nada"? De longe a versão mais atraente desse argumento é o biológico - os seres vivos possuem uma poderosa ilusão de design. Mas essa é a principal versão que Darwin destruiu. Qualquer teísta que apela para "design" dos seres vivos simplesmente trai a sua ignorância da biologia. Vá embora e leia um livro. E qualquer teísta que apela a evidência bíblica trai a sua ignorância da ciência moderna. Vá embora e leia outro livro.
Quanto ao argumento cosmológico, cujo Deus vai sob nomes como Causa Primordial, os físicos estão chegando, com resultados fascinantes. Mesmo que ainda existam questões não respondidas - de onde vêm as constantes e leis fundamentais da física? - obviamente que não ajuda postular um designer cuja existência levanta questões maiores do que ele pretende resolver. Se a ciência falha, a nossa melhor esperança é a de construir uma ciência melhor. A resposta não estará nem na teologia, nem - no equivalente exato - na leitura de folhas de chá.
Em qualquer caso, é um salto ilógico partir de um Criador para a Santíssima Trindade, com o Filho sendo torturado e assassinados porque o Pai, com toda sua onisciência e onipotência, não poderia pensar em uma maneira melhor de perdoar o "pecado".
Igualmente não convincentes são aqueles que acreditam porque os conforta (por que a verdade deve ser consoladora?) ou porque "parece certo". Cherie Blair ["I'm a believer", New Statesman, 18 de Abril] representa a brigada do "parece certo". Ela baseia sua crença em "uma compreensão de algo que minha cabeça não consegue explicar mas meu coração sabe que é verdade". Ela aspira a ser uma juiza. Meritíssima, não posso fornecer a evidência de que necessita. Minha cabeça não pode explicar porque, mas meu coração sabe que é verdade.
Por que é a religião é imune aos padrões críticos que se aplicam não apenas nos tribunais, mas em todas as outras esferas da vida?
Muito bom!
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